quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

URNAS DE 2012 EM MINAS GERAIS CONFIRMA VITÓRIA PROGRESSISTA


1 – O resultado do pleito municipal de 2012, em todo o Brasil indica que os partidos da base aliada ocuparam mais espaços, que a oposição continua debilitada e que a presidente Dilma reafirma sua autoridade, assim como continua nítida a liderança política do ex-presidente Lula. Pequeno exemplo é demonstrado pela porcentagem nacional dos votos válidos. Só o PT e o PMDB, maiores partidos da base aliada, alcançaram 33,05% da votação nacional; o PSDB, o DEM e o PPS juntos somaram apenas 20,36% dos votos válidos no país. Aqui não incorporamos a votação dos demais partidos da base aliada.

2 – Em Minas Gerais não foi diferente. Encerrado o pronunciamento do colégio eleitoral de 15.019.135 de mineiros aptos a votar, cada partido procura compreender as escolhas feitas pelos 12.562.386 de eleitores (83,6%) que compareceram às urnas, elegendo 853 prefeitos e 8.440 vereadores. Cada um procura apresentar os resultados como uma vitória sua para reforçar seu poder de barganha no novo quadro que se instala.

3 – O fato é que o resultado das eleições em MG indica a vitória do campo de sustentação da presidente Dilma, mesmo se ressalvarmos os partidos que também integram a base de apoio do governo tucano. Em número de prefeituras conquistadas, os partidos que não participam do governo Anastasia (PT, PCdoB e PMDB) foram vitoriosos em 237 prefeituras. Os partidos que são oposição ao governo da presidente Dilma (PSDB, DEM e PPS) elegeram em 233 cidades. Entre os 29 municípios com mais de 100.000 habitantes, os partidos de oposição ao governo federal estarão à frente de 4 administrações e os que não participam do governo Anastasia elegeram em 14 cidades, sendo 8 do PT, 5 do PMDB e 1 do PCdoB. Uma das razões dessa vitória está no esgotamento do modelo de gestão do PSDB em Minas Gerais. O estado fecha um ciclo sem projeto de desenvolvimento, com enorme dívida com a União e sem condições de realizar investimentos.

4 – Os dados acima demonstram quem efetivamente teve mais votos no colégio eleitoral mineiro, mesmo que, por unidade administrativa, o PSDB tenha garantido presença em 143 municípios (em 2008 ganhara 157); o PMDB, em 118 (121 em 2008); e o PT em 114 (109 em 2008). Na representação parlamentar nas Câmaras de Vereadores há certa inversão nos resultados de cada legenda. O PMDB é o que mais elegeu com 986 vereadores, seguido pelo PSDB com 979, o PT com 814 e o DEM com 740 vereadores. Analisando-se a votação de cada partido isoladamente pode-se dizer que, entre os grandes partidos permanece certo equilíbrio de forças, permitindo que os mesmos possam realizar diferentes movimentos em relação à grande disputa de 2014. PT e PMDB já lançaram candidaturas a governador.       
              
5 - Nessas eleições, o que fez a diferença do ponto de vista político e eleitoral foi o resultado da capital. No último dia do prazo legal, a aliança que sustentava a atual administração foi desfeita, nacionalizou-se a disputa e o PSB ganhou em parceria com o PSDB e mais 18 partidos, alcançando 52,6% (676.215 votos) contra os 40,8% (523.645 votos) de Patrus Ananias candidato do PT, PMDB, PCdoB e PRTB.  Cabe analisar o fato de 31% (576.673) dos que deveriam comparecer às urnas votaram nulo, branco ou se abstiveram, em um eleitorado de 1.860.172.

O PROJETO DO PCdoB EM MINAS GERAIS

6 O PCdoB sai das urnas de 2012 com redobrada responsabilidade. Vai administrar o principal centro industrial mineiro, a cidade de Contagem, terceira em população, com seus 603.442 habitantes, terceiro PIB do estado e 27% do país (R$ 14 869 758,980 mil). A vitória eleitoral em Contagem tem um significado histórico, criando possibilidades de projetar o partido e vivenciar uma nova fase na sua construção no estado. Ao mesmo tempo impõe grandes responsabilidades a todo o coletivo partidário.

7 - Num inédito confronto entre o PT e o PCdoB no segundo turno (se levarmos em conta a história de alianças entre os dois partidos), essa vitória resulta de diferentes fatores. Um claro projeto do prefeito eleito Carlin Moura no que diz respeito à necessidade da cidade reassumir seu papel econômico impulsionador do vetor oeste da capital. Uma aliança ampla no primeiro turno (PDT, PMDB, PTdoB, PSD e PTC) e, no segundo turno mais ainda, cuja participação na condução da campanha se materializou no funcionamento regular do seu Conselho Político. A incorporação da militância dos partidos da base acionadas pelas candidaturas a vereador e vereadora. A agregação de lideranças políticas tradicionais da cidade, de lideranças populares e uma vibrante militância juvenil, liderada pela União da Juventude Socialista que reforçou a presença da campanha nas ruas. Some-se a isso uma forte unidade partidária alicerçada durante o processo eleitoral. Esses fatores levaram à vitória de Carlin Moura por 65% a 34% sobre o candidato do PT Durval Ângelo  que disputou com o apoio da Prefeita Marília Campos. Destaque-se aqui o fato inusitado da chapa própria de vereadores ter alcançado 12% dos votos válidos e garantido 3 cadeiras na Câmara de Vereadores.

8 - Além de Contagem, o PCdoB conquistou mais 5 prefeituras entre as 21 que disputou: CATAGUASES(67.384 hab.) na Zona da Mata, JAÍBA (30.386 hab.), FRANCISCO SÁ (24.838 hab.), PINTÓPOLIS (7.727 hab.) e LASSANCE (6.490 hab.) todas no norte mineiro. Elegeu vice-prefeito em SÃO ROMÃO (6.591 hab.), no norte e SÃO PEDRO DE SUAÇUÍ (5.715 hab.), no Vale do Aço. Importante disputa também se deu na cidade de Coronel Fabriciano, onde o candidato do PCdoB, Deputado Celinho do Sintrocell, com uma ampla aliança liderou as pesquisas durante toda a campanha, perdendo por uma diferença de 2.331 votos num universo de 77.738 eleitores. Os fenômenos que levaram a esse resultado ainda necessitam ser melhor analisados, principalmente por ser uma cidade da região do Vale do Aço onde o PT retomou suas posições.

9 – A participação do Partido na disputa para a Câmara de Vereadores teve um salto significativo. Em 2008 disputamos em 174 cidades e alcançamos 156.844 votos com 730 candidatos. Já em 2012 participamos das eleições legislativas em 221 cidades e tivemos 266.730 votos com 1.303 candidatos, um crescimento de 70% dos votos no estado e de 78% no número de candidatos. Na sua representação nas Câmaras Municipais, o Partido sai dos 39 que elegeu em 2008 para 60 vereadores vindos das urnas de 2012.

10 - É importante ressaltar aqui a conquista de 2 cadeiras, com chapa própria, na Câmara de Vereadores da capital. A votação nominal em 2012 cresceu em 70% em referência à de 2008, demonstrando a base social da maioria dos candidatos que disputaram as eleições. Registre-se que o aumento da representação parlamentar em BH se deu em complexas condições onde o PCdoB teve que enfrentar uma alteração na disputa majoritária, em meio ao processo anteriormente iniciado.

11 – O resultado da eleição para as câmaras de vereadores tem uma diferença digna de ser registrada. Dos eleitos no pleito anterior apenas 4 cidades integravam as 29 com mais de 100 mil habitantes. Agora são sete das maiores cidades que têm comunista na Câmara de Vereadores: BH (2), Contagem (3), Coronel Fabriciano (3), Ipatinga (2), Betim, (1), Neves (1), Santa Luzia (1). E temos a 1ª suplência de Montes Claros, Governador Valadares, Sete Lagoas, Juiz de Fora e Ribeirão das Neves, todas cidades com mais de cem mil habitantes. Ressalte-se aqui a perda do mandato na cidade de Uberaba. Nas cidades em que elegemos prefeitos, à exceção de Jaíba elegemos também vereadores. Devemos destacar que se o crescimento de vereadores eleitos chegou a 53%, o lançamento de candidaturas a vereador em Minas cresceu 78%.

12 – Nas cidades onde fizemos coligação na eleição para prefeito, 81 delas foram vitoriosas abrindo possibilidades para uma maior inserção do partido nas administrações municipais e um crescimento na acumulação de forças para as disputas futuras. No que diz respeito às coligações realizadas, salta aos olhos a diversidade na estrutura política mineira e a necessária ampliação das alianças estabelecidas. Dos 221 municípios onde disputamos o pleito de 2012, fizemos coligações as mais diversas: 50 com o PT, 35 com o PMDB, 20 com o PSDB , 14 com o PPS, 12 com  o PTB, 11 com o PSB e o PR entre outras. Todo esse movimento realizado teve como centro fortalecer o campo da presidente Dilma

13 – Quando se concluir o quadro, do ponto de vista legal deveremos nos debruçar, com redobrado rigor, para analisar porque não foi possível assegurar as metas previstas. Uma constatação salta aos olhos.  À exceção de certos problemas políticos no desenvolvimento da campanha, a serem melhor analisados podemos dizer que, em algumas cidades não conseguimos escolher a aliança mais adequada e em outras, problemas de disputas internas dificultaram nossas vitórias. Esta é uma avaliação que construiremos com as direções municipais respectivas.

14 – Algumas providências imediatas precisam ser tomadas levando-se em conta as diferentes situações das cidades onde atuamos:

- Nas cidades onde conquistamos prefeituras: a) constituição da comissão de transição incluídos os aliados, com atenção especial à situação das finanças do município; discussão interna para analisar quais as áreas prioritárias para a ação do partido; preparação do plano de emergência para os primeiros dias de governo; busca de emendas em Brasília e na Assembleia Legislativa pelo período de discussão da Lei Orçamentária;

- Quanto à cidade de Contagem: pela importância política e por seu papel estratégico deve ser constituída uma Comissão Permanente de acompanhamento integrada por um membro do CM, do CE e do CC;

- Nas cidades onde apoiamos prefeitos eleitos: a) reivindicar presença na Comissão de Transição; d) unificar o partido em torno da principal reivindicação a ser apresentada;

- Nas cidades onde elegemos vereadores:  a) definir o projeto parlamentar para buscar garantir qual Comissão deve priorizar e ser titular; b) conversar com todas as forças que pretendem disputar a mesa da Câmara sem antecipar definições para que o quadro se torne mais claro; iniciar com a direção municipal a montagem do gabinete para sintonizar as necessidades da base que o elegeu com a necessidade da construção partidária;

- Em todas as cidades onde disputamos: a) organizar atividade de filiação para capitalizar as pessoas que participaram da campanha; b) organizar um curso de formação com elas para integrá-las a partir do debate político; c) organizar uma festa de confraternização e comemoração para melhor divulgar o partido;

- Articular agenda política e debates sobre desenvolvimento e democracia – usar as Fundações Partidárias do PCdoB, PMDB, PT, PSB e PDT para esse movimento;

815– A direção estadual realizou sua reunião de balanço no dia 1º dezembro e indicou a convocação do Encontro Estadual de Prefeitos, vices, secretários municipais e vereadores eleitos para o mês de fevereiro do próximo ano.

Belo Horizonte, 1º de dezembro de 2012Comitê Estadual do PCdoB-MG

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